Alma Gêmea foi uma novela das 18h que tinha uma missão inicialmente difícil elevar os índices pífios de sua antecessora "Como uma Onda" mas em menos de 1 mês e ela levou o horário a outro patamar com sua história forte, ágil e emocionante a novela conseguiu cair na graça popular e dar verdadeiros índices de novelas das 21h, a forma como o autor Walcyr Carrasco costura a trama prende o telespectador e o faz querer consumir cada vez mais, destaque para a participação de Liliana Castro que ainda que pequena conseguiu dar carisma a sua doce e breve mocinha Luna coisa crucial para o público comprar esta bela história de amor.

Alma Gêmea tem um primeiro capítulo bem apresentado, ágil e bem construído já mostrando a que a história veio destacando os protagonistas se conhecendo e se apaixonando em paralelo a enorme inveja da grande vilã da história Cristina Saboya, uma mulher capaz de tudo para ter o carinho e o amor que as pessoas tem por sua prima, a sua inveja a faz ir longe demais pondo por fim a vida de Luna pelo menos foi o que pensou inicialmente já que nem a ira de Cristina foi capaz de destruir este amor verdadeiro. No mesmo dia muito distante nasce Serena, uma índia que carrega a alma de Luna e a missão de preencher o coração de Rafael e fazer as duas almas se conectarem e se tornar uma só.

Eduardo Moscovis carrega muito bem o seu mocinho dando a ele verdade na dor do personagem e no sofrimento pela mulher perdida, vale destacar também a brilhante atuação de Flávia Alessandra, antes marcada por mocinhas, supreendeu ao fazer da diabólica Cristina uma vilã carismática, perversa e expressiva com maestria a consagrando de vez, bons nomes também podem ser enaltecidos no núcleo principal dentre eles Ana Lúcia Torre em um de seus melhores papéis como a fria e calculista Débora Saboya, a Elizabeth Savalla como a amargurada Agnes e a elegantíssima Walderez de Barros, personagem responsável por falar da reencarnação na novela.

A principal trama paralela da novela é a da Olívia (Drica Moraes) uma mulher da sociedade que acaba descobrindo a traição da marido e levando o golpe do mesmo e ficando pobre fazendo com que ela passe perrengues e conhecendo o cozinheiros Vitório (Malvino Salvador) com quem vive entre tapas & beijos mas com ele acaba aprendendo a se reerguer. Vitório é irmão de Dalila (Fernanda Machado) mulher na qual era amante do ex marido de Olivia, Dalila é ambiciosa e cega pelo amor de Raul (Luigi Baricelli) o ajudando em várias armações para prejudicar Olívia e também eventualmente Serena. Dalila e Vitório vivem na pensão da Divina (Neusa Maria Faro), lugar o qual ocorre as mais engraçadas situações da novela principalmente quando existe briga entre Osvaldo (Fulvio Stefanini) e Ofélia (Nicette Bruno) a fazendo soltar o seu bordão de sucesso "Osvaldo não fale assim com a mamãe". Existe também o tradicional núcleo da Fazenda formado pela doce e ingênua Mirna (Fernanda Souza) e seu irmão o furioso Crispim (Emílio Orciolo Netto) que se apaixona por Cátia (Rita Guedes) uma mulher que é tida como "sirigaita" pela sociedade e esconde de todos que possui uma filha.

Merece ser destacado a ótima atuação de Fernanda Machado com sua vilã Dalila que consegue por vezes despertar tanta raiva quanto a vilã principal mas que ao longo da construção o público vai perdoando os erros da personagem que é iludida por Raul. Drica Moraes e Malvino Salvador com uma química cênica incrível fazendo as divertidas idas e vindas de Olivia e Vitório e também a pouco valorizada mas também ótima Rita Guedes com sua sirigaita e seu trama de ser escrachada pela sociedade e pelo segredo de ter que esconder sua filha.

Para escrever a novela foi pesquisado sobre as aldeias indígenas e sobre o funcionamento das rosas, o elenco teve aulas de prosódia e sobre a cultura indígena, Liliana Castro aprendeu a tocar piano e balé e Eduarda Moscovis sobre técnicas de plantação das rosas. A vilã Cristina exibida cores fortes e tom de roxo, vermelho e vinho com cabelos presos evidenciando a sua personalidade fechada e diabólica.

Foram gravadas cenas em Niterói, Carrancas e Bonito além de lugares históricos de São Paulo como Júlio Prestes, Pinoteca do Estado e o Museu do Ipiranga.

A abertura mostra rosas se encontrando, se unindo e se tornando uma só ao som de "Alma Gêmea" de Fábio Júnior, uma abertura que resume o universo principal da novela de maneira simples e com uma música cativante mas que poderia ter sido um pouco melhor produzida e criativa mas ainda assim sem apagar o brilho da novela. 

Logo no primeiro capítulo temos a emocionante morte de Luna onde ela acaba morrendo por engano para proteger o seu amado Rafael, uma cena arrepiante e bem entrosada por todos do elenco.

Débora sendo morta provando do próprio veneno é outra cena bastante memorável onde ela arma um plano para matar o Rafael fazendo sua filha ficar viúva e herdar tudo mas da errado quando a empregada sem querer troca as taças a fazer beber a própria taça envenenada.

Cristina matando Rafael e Serena é uma das poucas vezes que uma vilã consegue "acabar" com os mocinhos e uma cena tão bem atuada pela Flávia Alessandra e o contexto é tão sublime e bem feito que o público acaba entendendo a morte dos mocinhos.

Por último e não menos importante a morte memorável da vilã Cristina que após ter prometido a alma ao diabo para ter o Rafael é levada por ele, assim a cobrando o que fora prometido no início da novela.

Uma novela linda e emocionante que com certeza vale a pena ser revista mais uma vez e estará de volta a partir da próxima segunda as 15:30/00:15 no Canal VIVA