Vidas em Preto & Branco - Peg Entwistle

Olá, inicio hoje mais um quadro completamente inédito (dá vontade né, blog vizinho?).

A ideia do quadro é falar sobre a vida (na maioria das vezes, bem sofrida) de alguma atriz/artista da era de ouro de hollywood (q vai até meados dos anos 60).

E pra começar, vou falar sobre uma q poucas pessoas conhecem, mas que se tornou quase uma lenda urbana de Hollywood: Peg Entwistle.


Millicent Lillian Entwistle (nome verdadeiro de Peg) foi uma atriz de teatro dos anos 20 q ficou conhecida por ter cometido suicídio se jogando do alto da letra H do letreiro de Hollywood no começo dos anos 30.



Infância e Juventude

Millicent nasceu no dia 5 de fevereiro de 1908, na cidade Port Talbot, País de Gales. Filha de Emily Entwistle e Robert Symes, de classe média, ela passou sua infância em West Kensington, em Londres.
Sobre sua mãe, rolam boatos de q ela morreu quando ela era bem pequena, mas não existem documentos q comprovem isso. Por outro lado, existe um testamento do pai de Millicent de 1922, onde ele diz q se divorciou desta mulher e q ficou com a guarda da garota.

Millicent, seus dois meio-irmãos, seu pai, sua madrasta e dois tios, se mudaram para os Estados Unidos no começo dos anos 10.
O pai dela sofreu um acidente grave no fim de 1922 e faleceu, deixando ela sob a guarda do tio, Charles, q era empresário do famoso ator da Broadway, Walter Hampden.


Início da Carreira

Em 1925, depois de "inaugurar" seu nome artístico, Peg inciou a carreira de atriz, estreando em uma peça do Henry Jewett's Repertory (atualmente conhecido como Huntington Theatre).
Peg seguiu atuando em peças, em muitas convidada por Walter Hampden, incluindo uma montagem de Hamlet na Broadway, mas sem ser creditada.

Em 1926, Peg atuava na peça O Pato Selvagem, de Henrik Ibsen, como Hedvig. Numa das apresentações, Bette Davis, ainda garota, estava na plateia, e disse à sua mãe "Eu quero ser exatamente como Peg Entwistle".
Anos depois Bette Davis foi convidada à estrelar uma nova versão dessa peça, e declarou "Quando assisti Peg nessa peça, eu sabia q estava destinada a fazer o mesmo papel".
Peg seguiu sendo a maior inspiração artística para Bette.
(Bette Davis, considerada por muitos, a maior atriz da história)

Sendo muito elogiada, Peg fez várias peças seguidas de sucesso, trabalhando com atores consagrados da época, como Robert Cummings, Laurette Taylor, Dorothy Gish, Hugh Sinclair e outros.

(Peg na peça The Wild Duck em 1925)

Em 1927, Peg se casou com o também ator Robert Keith, mas Peg se divorciou em 1929 depois de revelar sofrer violência doméstica e descobri que ele já era casado e tinha um filho, Brian Keith (que curiosamente, se tornou ator posteriormente e também cometeu suicídio).

Hollywood

Com o hit no teatro e uma carreira consolidada, Peg então resolveu dar um passo adiante na carreira de atriz: Tentar emplacar no concorrido cinema hollywoodiano.

Em 1932, Peg fez teste para vários filmes, até conseguir um papel numa produção da RKO, "Trezes Mulheres", um suspense dirigido por David O. Selznick e estrelado pelas estrelas Myrna Loy e Irene Dunne.
Peg interpretou Hazel Cousins, um papel pequeno, mas supostamente importante no filme.


Quando assistiu a versão finalizada do filme, Peg ficou em choque. Haviam cortado praticamente todas as suas cenas.

O filme foi detonado pela crítica, principalmente pela quase figuração de Peg, e um fracasso de bilheteria.

Mesmo abalada, Peg continuou tentando uma chance em algum filme, mas sem nenhum êxito.

Morte

Com tantas decepções, Peg se tornou alcoólatra e entrou em uma grave depressão.

Na noite de 18 de setembro de 1932, Peg vestiu um longo vestido e se dirigiu ao famoso letreiro de Hollywood (q na época, ainda era conhecido como Hollywoodland) que ainda era aberto para visitas.
Peg escalou a letra H e tirou sua própria vida, se jogando lá de cima, há uma altura de quase 15 metros.
Peg morreu com apenas 24 anos.


Mais tarde, foi encontrado um bilhete de suicídio de Peg perto do letreiro, escrito:

"Eu estou com medo, sou uma covarde. Peço perdão por tudo. Se eu tivesse tomado essa decisão anos atrás, teria poupado todo o sofrimento."

O corpo de Peg foi cremado. Suas cinzas foram enterradas ao lado do túmulo de seu pai, Robert, em Glendale, Ohio, no dia 5 de janeiro de 1933.


Lenda

Anos mais tarde, começaram a espalhar uma lenda de que o fantasma de Peg caminhava sozinha, chorando, toda noite perto do letreiro, assombrando guardas e curiosos.

(representação baseada em relatos,  do espírito de Peg num episódio da série documental Paranormal Witness)


Legado

O "ato final" de Peg, serviu de inspiração para outros suicidas tirarem a própria vida se jogando do letreiro de Hollywood. Causando assim, anos mais tarde, a proibição de visitas ao lugar sem autorização.

(as letras LAND foram removidas do letreiro em 1949)

Recentemente, a bruxa indie Lana Del Rey, lançou Lust For Life. Fãs da cantora, acreditam que seja inspirada na história de Peg, principalmente o clipe da música, onde Lana caminha em cima dos letreiros de Hollywood e depois se joga de um deles.

"Subo no H
Do letreiro de Hollywood
Nestes momentos roubados
O mundo é só meu
Não há mais ninguém aqui"

"Porque somos os donos do nosso próprio destino
Somos capitões de nossas almas
Não há motivo para hesitarmos
Estamos sozinhos, vamos retomar o controle"



É só isso por hoje, gente, até o próximo post (q é quarta, no caso)!
E recomendem!