Cena 01 – Morro do Alemão. Bar.
Andrico fica espantado com a ordem de Isabelle.
Andrico: O que foi que a madame disse?
Isabelle: Você ouviu perfeitamente o que eu disse seu inútil, eu quero que acabe com a minha irmã.
Andrico: Olha madame, eu não estou a fim de me meter em mais problemas, ainda mais com a polícia.
Isabelle: Você acha que tem escolha?!
Andrico: E que eu ganho com isso?
Isabelle: A sua vida. A Brenda voltou para recuperar o que tomamos dela, com certeza ela pretende jogar a mim e ao João Pedro na cadeia, e se nós formos, você vai junto.
Andrico: A madame tá me ameaçando?
Isabelle: Andrico, você está com o filho desaparecido da Brenda, você está tão envolvido quanto eu e meu marido nessa história.
Isabelle tira um bloquinho e uma caneta de sua bolsa. Ela escreve alguma coisa no bloquinho, arranca a folha e entrega a Andrico.
Isabelle entrega a folha de papel: Aqui está o meu número atual e embaixo o endereço da Brenda, faça o que deve fazer e depois do serviço feito, me ligue e diga se correu tudo bem.
Andrico fica nervoso. Ele morde os lábios, esfrega as mãos e respira fundo.
Andrico: Pra quando a madame quer o serviço?
Isabelle: Pra ontem, e dessa vez, certifique-se de que você vai fazer direito!
Andrico respira fundo: Está bem madame, mas essa é a última vez que faço serviço pra senhora!
Isabelle se levanta: Faça bem feito e não terá que fazer de novo!
Cena 02 – Mansão Dias Delgado Furtado. Noite.
Henrique, o mordomo da casa, está limpando as taças e guardando-as no armário. Alguém entra sorrateiramente na cozinha, é Brenda.
Brenda: Boa noite.
Henrique se assusta: Dona Brenda? O que faz aqui?
Brenda: Você sabe o que faço aqui Henrique, afinal essa casa é minha.
Henrique, nervoso: Dona Brenda, se me permite, eu estou trabalhando.
Brenda: Você realmente é muito sangue frio pra quem era tão religioso Henrique.
Henrique: Do que está falando dona Brenda?
Brenda: Você sabe muito bem do que estou falando Henrique, de tudo que aconteceu no passado.
Henrique: Dona Brenda, não sei a que se refere.
Brenda: Você sabe sim, eu me lembro que você e o Andrico, antigo motorista da mansão eram amigos, e eu não duvido nada que aquele safado esteja envolvido no meu acidente.
Henrique: Dona Brenda, a senhora está fazendo uma acusação muito séria e o acusado não está aqui para se defender, não deve fazer isso.
Brenda: Você é realmente inacreditável, não sei como conseguiu ficar nesta casa e ainda mais calado sobre tudo durante tantos anos. Eu lembro que antes, você tinha uma queda por mim até.
Henrique, sem jeito: Não sei do que está falando.
Brenda se aproxima: Eu sei que você não é como eles Henrique, e com você, eu posso recuperar tudo que eles me tiraram, você pode me ajudar.
Henrique sai andando nervoso: Com licença dona Brenda, eu vou me retirar.
Henrique sai da cozinha. Brenda fica olhando para a porta por onde ele saiu.
Brenda: Não se engane Henrique, você também pode muito bem estar na mira da Isabelle e do João Pedro.
Brenda sai rapidamente e em silêncio da cozinha da mesma maneira que entrou e vai embora da mansão.
Cena 03 – Morro do Alemão. Casa dos Oliveira.
Addison e Gabriel estão no sofá. Addison está deitado com o pé pra cima, enfaixado, os dois estão jogando uma partida de baralho. Yasmin está na cozinha fazendo o jantar. Andrico sai do quarto, vestido todo de preto como em um filme de ação. Ele vai até a porta.
Yasmin: Andrico, vai sair?
Andrico: Vou sim.
Yasmin: Vai aonde?
Andrico: Não interessa, vou fazer um serviço.
Yasmin: Eu tô fazendo o jantar.
Andrico: Eu devo demorar algumas horas, me espere voltar pra esquentar meu prato.
Yasmin: Você não vai beber de novo, vai?
Andrico: Não é da tua conta!
Andrico sai e bate a porta com força.
Cena 04 – Mansão Dias Delgado Furtado. Quarto de Henrique.
O mordomo entra em seu quarto e tranca a porta. Ele está muito ofegante.
Henrique, ofegante: Meu Deus, meu Deus, o que eu faço?
Henrique se ajoelha diante da imagem de Jesus em cima da cômoda.
Henrique, nervoso: Meu Senhor, o que devo fazer? Não suporto mais ficar guardando tudo que aqueles dois fizeram, esconder tantos crimes por tantos anos, não suporto mais viver aqui… mas tenho medo, meu Deus, tenho medo do que eles podem fazer comigo. O que posso fazer?
Cena 05 – Quarto de Isabelle e João Pedro.
Isabelle está em frente ao espelho penteando o cabelo. João Pedro entra no quarto.
João Pedro: Onde você esteve hoje?
Isabelle: A que se refere?
João Pedro: Você sabe, onde foi hoje mais cedo?
Isabelle: Posso saber por que o interesse?
João Pedro: Simplesmente quero saber.
Isabelle se vira: Jura? Você não me dá satisfações quando sai escondido às vezes à noite.
João Pedro: Eu sempre saio a trabalho.
Isabelle, sarcástica: Sei, e esse trabalho inclui você, uma vagabunda, bebidas e preservativos, não é?
João Pedro: Não comece com suas paranoias.
Isabelle se levanta: Isso, continue negando.
João Pedro: Mas aonde você foi?
Isabelle: Em resumo, já que você é um inútil fracassado, eu mesma fui cuidar para nos livrarmos da minha irmãzinha.
João Pedro: O que você fez?
Isabelle: Não interessa! Espere e verá.
Cena 06 – Praça da cidade. Um tempo depois.
Brenda está sentada num banco da praça olhando para o céu. Observando a lua, pensativa.
Brenda, falando com si mesma: Lembro que quando eu e Isabelle éramos crianças, gostávamos de sentar nos bancos das praças e observar o céu, procurando estrelas…
Uma lágrima escorre de um dos olhos da mulher.
Brenda, enxugando a lágrima: O que será que eu fiz de errado, o que eu fiz pra ela fazer tudo o que fez comigo?
Brenda fica mais um tempo pensando, distraída. Não muito longe dali, aliás, bem perto, Andrico observa ela bem discretamente.
Andrico, pensando: Mas é inacreditável, é ela mesmo!
Andrico visualiza Brenda de cima abaixo, certificando-se de que é a mesma que fora sua patroa há 17 anos atrás.
Andrico, pensando: Impressionante, essa mulher devia ter pegado fogo junto com aquele carro, mas se refez das próprias cinzas e voltou ainda mais bela do que já era antes.
Brenda se levanta e sai andando.
Andrico: É agora!
Cena 07 – Rua.
Brenda caminha calmamente por uma pequena rua deserta e um pouco escura que fica a poucos quarteirões do seu prédio. Está pensando na irmã Isabelle e em tudo que tem sofrido por causa dela, sem entender nada.
De repente, Brenda vê uma sombra atrás dela. Alguém a está seguindo. Ela olha para trás e vê um vulto.
Brenda, nervosa: Quem é você? O que você quer?
O vulto caminha em sua direção.
Brenda, assustada, dando passos lentos para trás: Por favor, o que você quer? Não chegue perto.
De repente o homem misterioso tira uma arma de seu bolso e aponta para Brenda. A mulher assustada começa a correr.
O homem atira. Brenda cai no chão.
O homem está usando uma máscara. Ele caminha lentamente até a mulher caída no chão bem na sua frente. Ele chega perto dela e se agacha para ver o corpo. Ele repara que a mulher não possui nenhum ferimento nas costas.
O homem vira Brenda de barriga para cima. Ele tira a máscara, é Andrico.
Andrico: Mas como…
De repente, Brenda acorda e parte pra cima de Andrico. Ele tenta pegar o revólver em seu bolso, mas antes que possa, ela o pega pelo braço e o joga contra a parede. Ele pega o revólver e aponta pra ela, mas ela é mais rápida, segura-o pelo pulso e o faz derrubar a arma. Brenda pega a arma, se levanta e aponta para Andrico que está sentado no chão escorado na parede de uma casa.
Brenda, ofegante: Quanto tempo, não é Andrico?!
FIM DO CAPÍTULO
Chama o bombeiro, porque a novela está pegando fogo! E de agora até o final, é emoção atrás de emoção! Não percam os últimos capítulos de A Inabalável. Nosso próximo capítulo é amanhã, a partir das 20:00. Conto com vocês. Muito obrigado pela sua audiência e até o próximo!
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