"Onde Estará o Meu Amor?": Capítulo 12 (Últimos Capítulos!!!)


Novela de
João Pedro Figueredo

Escrita por
João Pedro Figueredo


Personagens deste capítulo:
Lucas (Danilo Mesquita)
Daniel (Gabriel Contente)
Matheus (Pedro Novaes)
Jéssica (Jéssica Ellen)
Miguel (Caio Cabral)
Henrique (Gabriel Calamari)
Isabel (Alinne Moraes)
Juliana (Maria Manoella)
Jorge (Marco Ricca)
Tônia (Débora Bloch)
Susana (Patrícya Travassos)

Abertura: 


    EXT. CASA NOTURNA. FRENTE. NOITE
Continuação da cena anterior: Lucas no chão. O grupo de pessoas se aproximam de Lucas e correm para socorrê-lo. Uma mulher procura e pega o celular de Lucas.
MULHER
Vou ligar para algum número daqui.
Acho que vai ajudar a gente.
A mulher encontra o contato de Matheus e liga.
CORTE PARA:

    INT. APTO DE JULIANA. QUARTO DE HÓSPEDES. NOITE
Matheus levanta da cama, aonde estava dormindo e sai do quarto. Ao lado da cama, o seu celular começa a vibrar com a ligação que está recebendo. O contato é de Lucas. Tempo. Matheus volta para o quarto e vê que está recebendo uma ligação. Matheus senta na cama e atende.
MATHEUS
(ao celular)
Alô, Lucas?... quem tá falando?...
sim, eu conheço, é meu na... é meu
primo.
Reação de Matheus.
MATHEUS (CONT'D)
(assustado / ao celular)
O que é que aconteceu com ele? Como
é que ele tá?... e você sabe para
qual hospital vão levar ele?...
obrigado. Me passa o lugar que
vocês estão... certo, obrigado!
Matheus desliga o celular e sai correndo do quarto.
CORTE PARA:

    EXT. CASA NOTURNA. FRENTE. NOITE
Um grupo de pessoas reunidas em volta de Lucas, desacordado. Uma ambulância chega. Logo descem os paramédicos que vão ver se Lucas está vivo. O paramédico se aproxima.
MULHER
Fui eu que chamei vocês.

PARAMÉDICO
Você é da família, amiga ou alguma
coisa da vítima?

MULHER
Não conheço-o, mas já consegui
acionar alguém da família. Estão a
caminho.

SOCORRISTA
Doutor, o paciente está vivo, mas
está perdendo muito sangue.

PARAMÉDICO
Coloque-o numa ambulância. Vamos
agora para o hospital.
O carro de Juliana chega. Matheus e Juliana descem do carro correndo.
JULIANA
(correndo)
Doutor, somos da família. Juliana.
Sou tia dele.

MATHEUS
Eu sou o namorado.
Reação de Juliana para Matheus. 

PARAMÉDICO
Estamos levando o paciente para o
hospital agora. Podem nos
acompanhar.

JULIANA
A gente vai de carro.

PARAMÉDICO
Tudo bem!
(para os socorristas)
Vamos!
Os socorristas colocam Lucas numa maca e o levam para a ambulância. Matheus começa a chorar.
MULHER
(para Matheus)
Foi para você que eu liguei, né?

MATHEUS
Sim, sou eu. Obrigado.

MULHER
Boa sorte!

MATHEUS
Obrigado.
A ambulância sai. Matheus e Juliana entram no carro e seguem a ambulância.
CORTE PARA:

    INT. APTO DE HENRIQUE. NOITE
Henrique e Jéssica sentados no chão, tomando chá.
HENRIQUE
Sabe, Jéssica, eu não deveria ter
chamado o Lucas para vir aqui hoje
a noite. Acredito que tenha sido um
grande erro meu.

JÉSSICA
Você não fazia ideia do que havia
acontecido, Henrique. Você não tem
culpa de nada disso. A vida têm
tantas coincidências que a gente
nunca é capaz de imaginar. Um deles
é que você já conhecia o Daniel.

HENRIQUE
Mesmo assim, de um certo modo, eu
tenho uma parte de culpa do que
aconteceu hoje. O Lucas e o Matheus
terminaram por minha causa.

JÉSSICA
Eu acredito que se o Lucas não
mudasse logo, não passasse a
entender o amor do Matheus por ele,
isso ia acontecer logo. Com ou sem
a interferência de alguém. Você não
tem culpa, mas esse jantar acabou
servindo como o gatilho que
precisava.

HENRIQUE
Eu estou com medo de ter acontecido
algo grave com o Lucas. Ele saiu
com tanta vontade de viver, com
tanto impulso, que é muito
perigoso.

JÉSSICA
Eu conheço o Lucas desde de a
escola. Ele sempre teve a
autoestima muito baixa, sempre foi
muito acarretado pela emoção. Eu
tenho medo também, Henrique.

HENRIQUE
E o que você acha que podemos fazer
agora?

JÉSSICA
Esperar! Quem sabe, rezar?

HENRIQUE
Eu não acredito em Deus, Jéssica.
Como pode um ser tão bom, deixar as
pessoas sofrerem tanto?

JÉSSICA
Tem que ter fé, Henrique. Tudo bem
que você não acreditar em nada, mas
a gente tem que ter fé de que tudo
vai dar certo. Acredito que não há
nada mais forte do que a fé.

HENRIQUE
Eu não sei rezar. Você pode me
ajudar?

JÉSSICA
Claro, Henrique. Claro que posso te
ajudar.
Jéssica e Henrique dão as mãos.
HENRIQUE
O que eu falo?

JÉSSICA
Só rogue pelo o que acha
importante. Pela cabeça do Lucas,
do Matheus. Fecha os olhos e repita
comigo.
Jéssica e Henrique fecham os olhos.
FUSÃO PARA:

    INT. APTO DE SUSANA. QUARTO 1. NOITE
Susana rezando em frente a imagem de São Jorge.
SUSANA
(rezando)
Meu São Jorge, o senhor que é o
santo guerreiro, lute pelo Lucas.
Seja lá como ele esteja. Que esteja
bem. Proteja-o! Se meus guias me
dizem que ele não está bem, é
porque algo vai acontecer. Esteja
com ele sempre.
O celular de Susana toca. Susana atende.
SUSANA (CONT'D)
(ao celular)
Alô, Matheus? Aconteceu alguma
coisa?
CORTE RÁPIDO PARA:

    INT. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. NOITE
Juliana ao lado de Matheus, que está ao celular.
MATHEUS
(ao celular)
O Lucas tá passando por alguns
exames. Ele foi agredido
gravemente. Perdeu muito sangue...
Tudo bem, tia! A gente dá um jeito,
eu vejo alguém para te receber lá.
Matheus desliga.
JULIANA
O que é que a Susana falou?

MATHEUS
Ela disse que vai tentar vir para
São Paulo no primeiro voo de hoje.
Vou ver se alguém não vai buscar
ela.

JULIANA
Se você quiser, eu te deixo na sua
casa. Você vai com alguém e recebe
ela. Eu fico aqui, se for o caso.

MATHEUS
Não, mãe! Eu não quero sair de
perto do Lucas. Eu quero ficar
aqui.
Juliana abraça Matheus
JULIANA
Vai ficar tudo bem, filho. Eu te
prometo.

MATHEUS
É a única coisa que eu quero agora.

JULIANA
Avisa a mãe dele, por favor! Ela
precisa saber.

MATHEUS
Eu aviso a tia Tônia amanhã cedo.
Não tem porque alarmar todo mundo
agora.

JULIANA
Eu vou ali pegar um café pra gente.
MATHEUS
Obrigado, mãe! 
Juliana sorri e levanta. Vai buscar o café. Reação de Matheus triste. Matheus apanha o celular e faz uma ligação.
MATHEUS (CONT'D)
(ao celular)
Alô, Miguel? Desculpa te ligar esse
horário. Você poderia fazer um
favor para mim?
CORTE RÁPIDO PARA:

    INT. APTO DE JÉSSICA. QUARTO. NOITE
Miguel sentado na cama, ainda sonolento.
MIGUEL
(ao celular)
Se estiver ao meu alcance, eu
posso.

MATHEUS
(OFF)
Você pode me levar ao aeroporto
mais tarde. A minha tia, do Rio,
está vindo para cá. Tem que ser
rápido. Eu dou o dinheiro do
combustível.

MIGUEL
Mas aconteceu alguma coisa?

MATHEUS
(OFF)
Eu estou no hospital com o Lucas.
Ele tá muito debilitado. Ele foi
agredido e está muito machucado. Eu
vou precisar muito da sua ajuda.

MIGUEL
Claro, Matheus, eu te ajudo. Fica
tranquilo em relação ao dinheiro.
Eu sinto muito, Matheus.
Miguel desliga o celular.
CORTE RÁPIDO PARA:

    INT. APTO DE HENRIQUE. NOITE
Henrique abre a porta para Miguel. Jéssica ao fundo.
JÉSSICA
Ficou sabendo de alguma coisa?

MIGUEL
Acabei de falar com o Matheus. O
Lucas tá internado. Ele foi
agredido por alguém, parece, está
em estado grave.
Jéssica começa a chorar. 

MIGUEL (CONT'D)
Vou levar o Matheus mais tarde ao
aeroporto. A tia deles está vindo
do Rio.

JÉSSICA
Eu vou com você.

HENRIQUE
Eu também!

MIGUEL
É melhor vocês ficarem aqui. Vou
trazê-los aqui. Vocês os recebem.
Daqui a pouco o Matheus vem para cá
e vocês ficam no apartamento dele.

HENRIQUE
Pode ser!

JÉSSICA
Ok, você está certo.
Miguel se aproxima e abraça Jéssica e Henrique.
FUSÃO PARA:

    EXT. ÁGUA BELA. DIA
A música continua. Amanhece.
CORTE PARA:

10     INT. CASA DE LUCAS. SALA DE ESTAR. DIA
O telefone toca. Tônia entra e atende.
TÔNIA
(ao telefone)
Alô?
Reação de Tônia assustada, senta no sofá.
TÔNIA (CONT'D)
Eu estou indo para aí.
CORTE PARA:

11     INT. APTO DE LUCAS. DIA
Susana entra com Matheus e Miguel. Jéssica e Henrique já lá dentro.
JÉSSICA
E aí? Alguma novidade do Lucas?

MATHEUS
Eu estou voltando para o hospital
daqui a pouco. Acredito que os
resultados dos exames do Lucas já
estejam prontos.

JÉSSICA
Entendi!
(t)
Acho melhor você tomar um café
antes de ir. O Henrique foi comprar
um pouco de pão e eu passei um
cafezinho. Não é bom ficar de
barriga vazia agora.

SUSANA
Sua amiga tem razão, Matheus. Vamos
comer alguma coisa antes de ir.

MATHEUS
Eu não estou com muita fome. Podem
comer.

SUSANA
Matheus, não esqueça da sua saúde
também.
Susana e Miguel se sentam para tomar café.
MATHEUS
Minha tia vai chegar daqui a pouco.
Vocês podem recebê-la para mim?

JÉSSICA
(desanimada)
A dona Tônia?

MATHEUS
Ela mesma. Eu sei que você tem
alguns problemas com ela, mas faça
esse favor para mim.

SUSANA
Eu recebo ela, Matheus. Aí eu vou
com ela para o hospital.

MATHEUS
Obrigado, tia!
CORTE PARA:

12     INT. HOSPITAL. CTI. DIA
Lucas desacordado. Do outro lado do vidro, Juliana e Matheus observando-o. O médico junto deles.
MÉDICO
O paciente perdeu muito sangue. Ele
precisará de uma transfusão.
Precisará fazer repouso por muito
tempo também. Ele acabou se
machucando muito.

MATHEUS
Eu faço a transfusão se for
preciso.

MÉDICO
Ótimo, mas antes precisamos fazer
alguns exames. O fator "Rh" do sangue
do paciente é raro. Não temos
estoque nesse hospital. Tivemos uma
baixa nas doações muito grande
nesses últimos anos. Isso se dá
pela desinformação das pessoas. Por
medo.

MATHEUS
E qual é o tipo sanguíneo do Lucas?

MÉDICO
"Ó negativo".

JULIANA
Você não pode doar, Matheus.

MATHEUS
Por quê? O que que tem eu doar?

JULIANA
Nós somos "A positivo".

MÉDICO
E o paciente só pode receber o
mesmo tipo sanguíneo que o dele.
Matheus perde um pouco mais das esperanças.
MATHEUS
E agora?

MÉDICO
Nós do hospital vamos entrar em
contato com outros bancos de
sangue.
Mas vocês podem procurar algum
doador na família. Essa
característica é genética.

MATHEUS
(triste)
E se não encontrarmos?

MÉDICO
Aí o paciente estará correndo um
sério risco de vida.
Matheus olha para Lucas, aflito.
CORTE PARA:

13     INT. APTO DE LUCAS. DIA
Susana abre a porta para Tônia e Jorge.
TÔNIA
(aflita)
Susana! Você tem alguma notícia do
meu filho?

JORGE
Bom dia, Susana.

SUSANA
O Matheus está no hospital. Ele
falou pra quando vocês chegassem,
para gente ir para lá.

JORGE
Então é melhor a gente ir.

TÔNIA
(com pressa)
Vamos!

SUSANA
Vou pegar a minha bolsa.
Tônia, Jorge e Susana saem.
CORTE PARA:

14     INT. CASA DE ISABEL. COZINHA. DIA
Daniel está lavando a louça. O seu celular toca. Daniel enxuga a mão.
DANIEL
(ao celular)
Fala, Henrique!...o quê?... não,
para de brincadeira... ok, tô indo
para aí.
Daniel desliga o celular. Isabel entra.
ISABEL
Aconteceu alguma coisa?

DANIEL
Acho que acabei fazendo merda
ontem.

ISABEL
Por quê? O que de tão grave pode
ter acontecido?

DANIEL
O Lucas está internado no hospital.
O Henrique não me deu nenhum
detalhe, só falou para eu encontrá-lo
no apartamento dele.

ISABEL
Ai, eu sabia que ia dar alguma
coisa errada. Eu sabia.

DANIEL
Você vem comigo ou vai ficar aqui?

ISABEL
(pensa)
Vou ficar. Se precisar de alguma
coisa, me liga e eu resolvo para
você.

DANIEL
Obrigado, mãe.

ISABEL
Vai com Deus, filho.
Daniel abraça Isabel e sai. Reação de Isabel, preocupada.
CORTE PARA:

15   INT. HOSPITAL. CTI. DIA
Matheus sozinho observando Lucas através do vidro.
MATHEUS
(sozinho)
Você vai ficar bem, meu amor. Eu
vou dar um jeito. Talvez você me
odeie para sempre, mas enquanto eu
conseguir, eu te amarei. Você me
ajudou tanto, em tantos momentos.
Eu não vou te deixar na mão.
Matheus começa a chorar. Tônia entra chorando.
MATHEUS (CONT'D)
Tia?

TÔNIA
Oi, Matheus!
Tônia abraça o sobrinho.
TÔNIA (CONT'D)
Cadê ele?

MATHEUS
Tá ali.
Matheus aponta para Lucas. Tônia olha atordoada para o filho.
TÔNIA
(chorando)
Filho? Meu filho?
Tônia chora mais.
TÔNIA (CONT'D)
Me perdoa por tudo o que eu te fiz.
Eu sei que eu não fui uma boa mãe.
Me perdoa?!
Tônia cai no chão de tanto chorar. Matheus ampara a tia.
CORTE PARA:

16     INT. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. DIA 
Juliana sentada. Um pouco mais atrás, Susana e Jorge.
SUSANA
Eu espero que fique tudo bem com o
Lucas. Estou preocupada com ele.

JORGE
Mas o que é que ele estava fazendo
aquela hora na rua também? Parece
que não sei.

SUSANA
Ele poderia ter saído só para se
divertir. A gente nunca espera uma
coisa dessas. Talvez isso tivesse
que acontecer mesmo.

JORGE
É impressionante. Você sempre dá um
jeito de defender quem está errado.
Eu acho que é por isso que nunca
nos demos bem.

SUSANA
Todo mundo tem direito a defesa,
irmãozinho. E enquanto eu achar que
o Lucas não está errado, eu vou
defender o meu sobrinho.
Juliana reconhece a voz de Susana e Jorge. Ela se vira e vê o ex-marido. Juliana se levanta e vai até eles.
JORGE
(para Susana)
Ainda bem que os meninos não são
seus filhos. Ninguém ia merecer
outra versão riponga da Susana na
família. Chata, hein?
Juliana chega por trás de Jorge.
JULIANA
Jorge?
Jorge se vira assustado.
Fim do capítulo 12. 

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