Nos Trilhos: Capítulo 22 (ÚLTIMAS SEMANAS!)


Novela de

Sandy

 

Escrita por

Sandy


 Classificação: 



Personagens deste capítulo:

ANA e antítese de Ana (Carolina Kasting)

CARLO (Danton Mello)

GISELE (Christine Fernandes)

LÍVIA (Lucy Ramos)

BEATRIZ (Nívea Maria)

CARLA (Débora Falabella)

LIZA (Vivianne Pasmanter)

NANDO (Chay Suede)

PAULO (Murilo Benício)

PEDRO (Dan stulbach)

LEILA (Giovanna Rispoli)

HELOISA (Ângela Vieira)

LÚCIO (Dalton Vigh)

LOLA (Maria Clara Gueiros)

HEITOR (Marcelo Médici)

HENRIQUE (Petrônio Gotinjo)

MAXIMILIANO (Emílio Orciollo Netto)

VIRGÍLIO (Marcelo Melo jr.)

VIRGINIA (Lavínia Vlasak)

CAROLINA (Isabel Fillardis)

LEANDRO (Fernando Pavão)

BELLA (Barbara França)

EMÍLIO (Danilo Mesquita)

 

Título do capítulo de hoje: "Persuasão & Partida"




CENA 02 APARTAMENTO DE ANA INT/DIA


 


Ana toma um copo de água com açúcar, se acalma e conta a notícia claramente para o marido.

 

PAULO: Vocês já abriram uma ocorrência?

 

ANA: Não, nós combinamos de ir na delegacia agora a tarde...

 

PAULO: Eu irei com vocês, eu tinha uma reunião com os roteiristas daquela série, mas vou dar uma ligada cancelando...

 

ANA: Não vou me fazer de rogada e pedir pra você não cancelar, eu preciso de todo o apoio possível nesse momento!

 

Paulo abraça a esposa, CORTA PARA:

 

CENA 02 DELEGACIA INT/DIA

 

Carlo cumprimenta o casal silenciosamente e os três entram na sala do delegado, CORTA PARA:

 

CENA 03 APARTAMENTO DE GISELE INT/DIA



 

Gisele passa um café enquanto Ana desabafa.

 

GISELE: (Impressionada) Que loucura! Parece plot de filme de suspense!

 

ANA: Parece mais filme de comédia da seção da tarde, que deu errado: dois velhos resolvem tirar férias sem destino certo e sem avisar ninguém!

 

GISELE: Não sei como você consegue fazer piada com uma situação dessas...

 

ANA: Eu já estou ficando louca, não consigo dormir e nem comer direito! Mil teorias se desdobram na minha mente e nenhuma delas é lá muito animadora! Se eu não me permitir reagir, nem que seja com sarcasmo, podem trazer uma camisa de força!

 

GISELE: Será que vão conseguir rastreá-los? Duvido que tenham ido muito longe...

 

ANA: Eu não vou ficar em casa, esperando que a polícia como uma fada madrinha, quebre o encanto, a maldição jogada sobre nós... Eu vou atrás deles, não sei aonde, mas eu vou...

 

As duas amigas ficam em silêncio durante um certo tempo, ouve-se apenas o som do café sendo coado. Gisele serve uma xícara fumegante a amiga.

 

GISELE: Como foi o reencontro com o Carlo?

 

ANA: Num primeiro momento foi tranquilo, eu não sabia o que tinha acontecido, eu me senti bem como ao reencontrar um velho e querido amigo... Não sem sentir um certo frio na barriga, é claro...

 

GISELE: Ele deve remoer até hoje uma dor de cotovelo danada!

 

ANA: Mas depois que eu soube de tudo... Foi como se o passado voltasse como um tsunami me arrastando sobre o presente... e hoje eu dei aula sobre “Persuasão” da Jane Austen!

 

GISELE: Não me coloque na posição de uma Lady Russel da vida... Você nunca escutou os meus conselhos, não devo ter conseguido ser tão persuasiva quanto eu deveria....

 

Ana toma sua xicara de café, com cuidado para não queimar a língua, CORTA PARA:

 

CENA 04 APARTAMENTO DE CARLO INT/DIA



 

Carlo e Max conversam sobre o caso.

 

MAX: Perché ele fez questo!

 

CARLO: Ele sempre teve um comportamento galante, fazia as vontades de todas as mulheres ao seu redor, seria capaz de cometer um crime para colocar um sorriso no rosto da mulher amada! Aonde a dona Beatriz fosse, ele iria; O que ela fizesse, teria o seu aval e a sua cumplicidade...

 

MAX: Madonna mia, parece me quelle disgraziati mataram alguém, esconderam el corpo e fuggirono!

 

CARLO: O pior pra mim foi ver como a Ana ficou, não deveria ter nem contado! Queria preservar na minha memória ela linda, serena e tranquila... Vivendo a sua vida em paz!

 

MAX: Ma foi buono o reencontro?

 

CARLO: Eu senti o meu chão caindo, a minha barriga se revirando... Olhei pro céu e não tinha nada: nem estrelas, nem sol e nem lua... Nada mais existia, a não ser eu & ela, e o som do mar...

 

Carlo fecha os olhos, relembrando aquele momento mágico, CORTA PARA:

 

CENA 05 APARTAMENTO DE EMÍLIO INT/DIA



 

Os namorados estão abraçados no sofá, Nando está arrasado.

 

NANDO: Tô me sentindo tão frágil, tão sozinho no mundo... Tão abandonado...

 

EMÍLIO: Não fala assim, eu estou com você pra sempre...

 

NANDO: Eu sempre me virei sozinho, consegui as minhas coisas sem precisar do empurrão de ninguém... Eu ajudava em casa, cuidava muito mais do velho, do que ele cuidava realmente de mim...

 

EMÍLIO: Você cuida dele, ele não morreu e vai voltar sim, vamos deixar de paranoia!

 

NANDO: Ter alguém, quando você chega em casa, a sua família... Não consigo nem formular frases que façam sentido... Só de pensar que ele não vai tá lá, pintando as telas, fazendo bagunça...

 

EMÍLIO: Ele vai voltar, eles vão voltar...

 

NANDO: Se eu fechar os olhos, posso sentir o cheiro da comida da Beatriz... O arroz, a carne guisada, o purê, o macarrão... Até do maldito som da maquina de costura, eu sinto saudades e não faz nem três dias que eles sumiram!

 

Emílio abraça e beija a testa de Nando, CORTA PARA:

 

CENA 06 CALÇADÃO EXT/DIA



 

Fim de tarde, Lívia sai para fazer algumas compras e faz o caminho de volta a pé. Acaba cruzando com Virgínia e seu marido, quando eles saem de uma farmácia: eles se cumprimentam amistosamente.

 

LÍVIA: Parabéns, e você está linda com esse barrigão. É pra quando?

 

VIRGÍNIA: Falta mais ou menos umas oito semanas.

 

Lívia sorri, Virgílio se mostra constrangido. A grávida começa a conferir as sacolas.

 

VIRGÍNIA: Acho que esquecemos o óleo de amêndoas...

 

VIRGÍLIO: Vou pegar querida.

 

VIRGÍNIA: Não precisa bebê, vou lá pegar e aproveitar pra pegar um esmalte novo... Vi um branquinho tão charmoso! E combina super com o meu estado de grávida, vai chamar umas energias boas... Paz e tranquilidade... Tudo o que preciso!

 

Ela entrega as sacolas ao marido e entra aos pulinhos novamente na farmácia. Lívia e Virgílio ficam sozinhos.

 

LÍVIA: Virgínia e Virgílio, os nomes de vocês são parecidos demais, uma diferença de apenas duas letras...

 

VIRGÍLIO: Mas nossas personalidades são completamente díspares...

 

LÍVIA: Concordo, mas tenho certeza que há tanta disparidade em objetivos, dá pra ver que vocês querem as mesmas coisas, sonham com as mesmas coisas...

 

VIRGÍLIO: Nem tanto, a vida não é um traçar de uma reta, é imprevisível...

 

LÍVIA: Vocês planejaram...?

 

VIRGÍLIO: Não! Acho que ela nem achava possível engravidar, a essa altura do campeonato...

 

Lívia sorri, CORTA PARA:

 

CENA 07 APARTAMENTO DE ANA INT/NOITE

 

Enquanto a tarde ecoa e a luz vai embora, Lúcio se debruça sobre o computador e começa a fazer as alterações pedidas pela editora.

 

LÚCIO: E lá vamos nós...

 

Até que ele fica totalmente no escuro, desliga o computador e se levanta para acender a luz.

 

LÚCIO: Quanto mais mexe, pior fica.

 

Gisele entra.

 

GISELE: Vai querer o que pro jantar? Tô pensando em fazer uma sopinha com o resto da carne do almoço...

 

LÚCIO: (Desanimado) Pode ser, qualquer coisa que você fizer tá bom...

 

GISELE: Que broxante.

 

LÚCIO: Um escritor desanimado não tem muita fome...

 

GISELE: Coma pra ficar animado, ou então eu vou enfiar uma colher goela abaixo daquela Bruxa grávida!

 

LÚCIO: Gisele!

 

GISELE: Aposto que vai nascer um ogrinho, pior que do que os das fábulas e contos de fadas...

 

Lúcio ri, CORTA PARA:

 

CENA 08 APARTAMENTO DE LEONORA INT/NOITE


 


Leonora coloca um suflê no forno, tira as luvas impermeáveis e enche uma taça com vinho-tinto: sente o cheiro da bebida e se delicia com um gole.  A campainha toca, interrompendo o momento.

 

LEONORA: Se for cobrança ou visita indesejada, eu não tô em casa! Sai pra fazer um retiro espiritual na Tailândia!

 

Ela abre a porta: dá de cara com Ana.

 

LEONORA: Norinha! Não se aguentou até sexta e veio filar uma boia, né? Tô preparando um suflê de carne seca e cogumelos, un délice!

 

Leonora arrasta Ana para a cozinha e a faz sentir o cheiro do prato.

 

LEONORA: Sinta o aroma! Nenhuma flor do mundo poderia oferecer tanto deleite aos nossos narizinhos delicados e frágeis! Não sei o seu, mas o meu não aguenta nem perfume barato! Quando eu ponho o pé fora de casa, ele já sente logo a diferença! Se irrita, começa a coçar! Essa cidade também é um esgoto a seu aberto, e o governo não faz nada! Nem aqui na Zona Sul temos o mínimo de limpeza desfrutamos do mínimo de limpeza nas ruas!

 

Leonora tagarela enquanto Ana não encontra forças para falar.

 

LEONORA: É uma cidade feia, com gente mal educada e faladeira! Eu não me recuso a falar com ninguém, você sabe que sou muito espontânea e cativante... Não olho a quem dirijo as palavras, e encanto todo mundo: esses dias sai de manhãzinha pra comprar alguns Croissants, e acabei batendo um papo com um mendigo! O dito cujo acabou até se deliciando com uns desses pãezinhos... Deviam erguer uma estatua em minha homenagem, sou uma santa! Tenho quase certeza que vão estender um tapete de nuvens, branquinhas e felpudas, quando eu morrer e for dar o ar da graça no andar superior!

 

ANA: Nós precisamos ter uma conversa...

 

Leonora parece não ouvir a conversa da nora.

 

LEONORA: Será que meus pezinhos não vão afundar pisando em nuvens? Se bem quando você morre a alma se separa do corpo, da matéria... Minha alma deve ser bem levinha, não é?

 

CORTA PARA:

 

CENA 09 APARTAMENTO DE LIZA INT/NOITE

 

Liza serve o jantar a Pedrinho.

 

PEDRINHO: Tá bom, titia, eu não como isso tudo.

 

LIZA: Não deixe comida sobrando, você tá muito magrinho!  É só pele e osso...

 

Pedro passa o prato a ela, que começa a servi-lo também.

 

PEDRO: Alimentar uma criança não é como colocar papel no triturador não, é importante que ele coma bem, mas não adianta nada ficar empurrando nele!

 

Liza faz ouvidos moucos ao marido.

 

PEDRINHO: Vai ter sobremesa, tia?

 

LIZA: Vai, mas coma primeiro a janta. Quer mais saladinha?

 

PEDRINHO: Não gosta de verde.

 

LIZA: Tem várias cores aí, tem o rosa da beterraba, o laranja da manga, o vermelho do tomate...

 

PEDRO: Manga e maça? Virou salada de frutas?!

 

LIZA; Salda agridoce, pode ser temperada com mel ou vinagre...

 

Eles comem durante um tempinho em silêncio.

 

LIZA: Pedrinho, acho que já já você pode ter um irmãozinho...

 

Pedro quase engasga com um pedaço de brócolis, Liza levanta-se e o auxilia.

 

PEDRO: Um irmãozinho? Grávida, nessa idade?

 

LIZA: Não me faça parecer um matusalém de saias... Mas não, não engravidei e não pretendo. Mas estava pensando seriamente em adoção, a gente conversou sobre isso esses dias?

 

PEDRO: Quando você falou em adoção me veio a mente um cachorrinho, um gato... Até uma calopsita, nunca me passou pela cabeça um bebê!

 

PEDRINHO: Quando vocês forem passar na loja de bebês me levem, quero ajudar a escolher um!

 

Pedro bebê freneticamente um gole de água.

 

LIZA: Às vezes tenho a impressão que você não leva os meus sonhos, as minhas aspirações, o que eu sinto e penso, à sério...

 

Liza tira o guardanapo do colo e se levanta irritada, Pedro faz uma careta, CORTA PARA:

 

CENA 10 APARTAMENTO DE LEONORA INT/NOITE

 

Finalmente Ana consegue chamar a atenção da sogra e as duas sentam-se para conversar.



 

ANA: Minha mãe sumiu, ela e o Alfredo... Sumiram do mapa, desapareceram... Como se fossem feitos de água, e ela evaporasse como vapor...

 

Segue-se um silêncio espectral, a expressão de Leonora muda automaticamente.

 

ANA: Eu sempre soube, eu sempre senti, que o passado de vocês estava ligado... Nunca questionei, nunca comentei, por respeito aos seus sentimentos e a sua vontade de ficar em silêncio. Mas eu estou desesperada agora, e sinto verdadeiramente que a senhora pode me ajudar! Eu preciso saber ao menos o porquê, preciso de um motivo!

 

LEONORA: (Desconcertada) A vida não é uma novela, um livro ou um filme de ficção! Não adianta ficar procurando uma motivação por trás de cada ação, de cada discurso... Simplesmente às vezes não existe nada de muito profundo por trás, não adianta querer cavoucar, querer emergir no subconsciente!  Talvez eles tenham sumido, por que deu vontade... Se não, não posso lhe ajudar!

 

Leonora se levanta, dá uma olhada no suflê pela vidraça do forno.

 

LEONORA: Está quase pronto, não vai embora sem provar um pedacinho, tenho certeza que está uma delícia, de lamber os beiços!

 

As duas passam para sala, de repente um quadro na parede chama a atenção de Ana.

 

ANA: É dele, esse quadro é dele! Por que guarda isso?

 

Leonora novamente fica num silêncio incomodo, até que explode.

 

LEONORA: Por que foi a única coisa que ele me deixou, por que um dia eu o amei com todo o meu coração! Sim, um dia até esse coração de pedra amou.

 

ANA: Nunca achei que a senhora tinha um coração de pedra.

 

LEONORA: Um dia a sua mãe foi a minha melhor amiga, em quem eu mais confiava, mas ela me traiu!

 

Ana sentasse, e coloca as mãos na cabeça.

 

ANA: Por muito tempo eu me martirizei por não amá-la o suficiente, quanto acho que uma filha deveria amar uma mãe... Mas por mais que eu quisesse potencializar o meu amor por ela, a traição me afastou e me afasta dela todos os dias da minha vida...

 

LEONORA: Então por raios está tão impelida a encontrá-la?

 

ANA: Por mais que eu queira me distanciar, trilhar o meu próprio caminho... Ela está em mim, no meu sangue... Na forma como eu falo baixo e ando tentando não incomodar os outros, em como eu arrumo o cabelo de ladinho... Por mais que eu odeie aquele velho babão que ela ama, eu me enrolei durante anos com o sobrinho dele! Algo me puxa para onde ela vai, às vezes tenho até medo que a traição esteja em meu sangue!

 

Ana cai no choro compulsivamente e é acolhida num abraço pela sogra, CORTA PARA:

 

CENA 11 LOCAÇÕES EXTERNAS /DIA



A cidade amanhece ao som de “tutta d’un fiato”, e são mostradas cenas da vida cotidiana: uma garotinha compra pão na esquina, uma madame passeia com seu cachorrinho Poodle, marombas se exercitam na praia, um casal de adolescentes deixa a biblioteca municipal com alguns livros no colo...

 

CORTA PARA:

 

CENA 12 ESCOLINHA PARTICULAR INT/DIA


 


Juntos, Pedro e Carla deixam o filho pela primeira vez na escolinha: Pedrinho corre feliz para entrar na sala de aula à vista amorosa dos pais.

 

PEDRO: Pensei que fosse mais difícil...

 

CARLA: Eu pensei que ele fosse chorar...

 

PEDRO: Saiu correndo e nem esperou o nosso adeus!

 

CARLA: Não seja dramático, ele só está curioso, um mundo novo se abre frente aos seus olhinhos...

 

Os dois fazem o caminho de volta pelo corredor e chegam ao jardim.

 

PEDRO: O tempo passa tão rápido, daqui a pouco recebemos o convite pra formatura...

 

CARLA: Do jeito que os jovens são, talvez ele nem queira que a gente vá na formatura dele!

 

PEDRO: Não fale no presente! Não ajude a transformar um pesadelo em realidade mais rápido!

 

Os dois riem enquanto olham o céu.

 

PEDRO: Quer um café?

 

CARLA: Só se for acompanhado de um misto ou um pão com ovo, não comi nada hoje ainda!

 

PEDRO: Eu também não!

 

CARLA: Eu estava com o estômago se revirando de ansiedade!

 

Pedro sorri, os dois seguem para a cantina, e CORTA PARA:

 

CENA 13 APARTAMENTO DE ANA INT/DIA



 

Ana tem uma conversa séria com Paulo.

 

PAULO: Você não pode ir sozinha atrás dela!

 

ANA: Mas eu não vou sozinha, acho que o Carlo deve estar pensando em fazer o mesmo, afinal é o tio dele...

 

PAULO: Vocês nem sabem para onde eles foram!

 

ANA: Mas não é propriamente uma busca por eles, é muito mais uma reconstituição do passado na verdade, não estamos planejando seguir pegadas... Acho que eles foram embora seguindo um caminho na areia e o vento apagou as marcas deixadas pelos pés deles...

 

Paulo se levanta incomodado.

 

PAULO: Eu sou compreensivo, eu pondero e penso muitas vezes antes de falar, mas isso é demais pra mim! Você quer que eu aceite, sem espernear, que minha mulher vá se enfiar com um ex-namorado num carro pelo mundo? Eu vou com vocês!

 

ANA: E vai largar o seu trabalho? Vai deixara as coisas pela metade?

 

PAULO: Mas você vai fazer isso!

 

ANA: O período na faculdade já tá acabando, e de qualquer forma ela é minha mãe.

 

PAULO: Depois que casamos, ela também se tornou algo meu, eu prometi a Beatriz que ia cuidar de você!

 

ANA: Não devia ter feito essa promessa, eu não era uma jovem virgem e indefesa quando me casei com você: a muito tempo apreendi a me virar sozinha num mundo de mentiras!

 

Paulo encara a mulher no auge da tensão.

 

FIM DO CAPÍTULO.





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